Recentemente, houve uma mudança importante na nomenclatura da Doença Hepática Gordurosa Não Alcoólica (NAFLD), que passou a se denominar Doença Hepática Gordurosa Associada ao Metabolismo (MASLD).
As doenças hepáticas crônicas afetam milhões de pessoas em todo o mundo. Nos últimos anos, a esteatose hepática tem se tornado um dos problemas mais comuns no meu consultório.
Mas o que a mudança na nomenclatura significa para os pacientes? Vou explicar o seu impacto e como ela pode influenciar o diagnóstico e o tratamento.
O que é a Doença Hepática Gordurosa Associada ao Metabolismo (MASLD) e o que torna a nova nomenclatura tão importante?
Entre as doenças hepáticas crônicas, a Doença Hepática Gordurosa Associada ao Metabolismo (MASLD), anteriormente conhecida como NAFLD, tem se tornado cada vez mais comum, afetando milhões de pessoas no mundo.
As doenças hepáticas crônicas são aquelas que causam inflamação e comprometimento progressivo do fígado ao longo do tempo. Elas podem levar a quadros mais graves, como fibrose, cirrose e insuficiência hepática ou até câncer de fígado em alguns casos.
A mudança na nomenclatura ocorreu para refletir melhor as causas dessa condição e permitir uma abordagem mais precisa para seu diagnóstico e tratamento.
O termo “não alcoólica” foi substituído porque se percebeu que essa definição não descreve adequadamente os fatores que levam ao acúmulo de gordura no fígado.
Diferente do que se pensava, a MASLD não ocorre apenas pela ausência de consumo de álcool. Ela está fortemente associada a condições metabólicas, como obesidade, resistência à insulina, diabetes tipo 2 e síndrome metabólica.
Isso significa que pacientes com sobrepeso, pressão alta, triglicerídeos elevados ou alteração nos níveis de glicose no sangue possuem um risco significativamente maior de desenvolver essa condição.
Por isso, o tratamento não deve se limitar ao fígado, mas envolver um controle abrangente da saúde metabólica do paciente.
Quais são os riscos da MASLD para a saúde do fígado?
A MASLD é uma das principais causas de doenças hepáticas crônicas e pode evoluir de forma silenciosa, ou seja, sem apresentar sintomas evidentes nas fases iniciais.
Isso faz com que muitos pacientes só descubram a condição quando já há um comprometimento importante do funcionamento do fígado.
Quando não diagnosticada e tratada precocemente, a doença pode levar ao desenvolvimento de fibrose hepática, cirrose e até câncer de fígado em casos mais graves.
Muitos dos meus pacientes chegam ao consultório sem saber que possuem acúmulo de gordura no fígado e só descobrem a condição depois que realizo exames de imagem, como ultrassonografia ou Fibroscan, que permite avaliar a rigidez do fígado e a presença de fibrose.
Além disso, a MASLD está fortemente associada a doenças metabólicas, como diabetes tipo 2, hipertensão e obesidade.
Sendo assim, quem tem gordura no fígado também pode apresentar maior risco de complicações cardiovasculares, incluindo infarto e derrame.
Por isso, o acompanhamento especializado é fundamental para evitar a progressão da doença e proteger a saúde como um todo.
Diagnóstico e monitoramento da Doença Hepática Gordurosa Associada ao Metabolismo
No meu consultório, utilizo exames modernos e não invasivos para avaliar a saúde do fígado dos meus pacientes. Sabendo que o ultrassom é operador dependente e geralmente só é detectada gordura > 20% por esse método.
O Fibroscan, por exemplo, é um dos principais métodos que utilizo para monitorar a presença de gordura e fibrose hepática sem a necessidade de procedimentos invasivos, como a biópsia, por exemplo.
Esse exame é fundamental para acompanhar a evolução da MASLD e definir a melhor abordagem para cada caso.
Além disso, eu avalio os fatores metabólicos dos meus pacientes, pois tratar esta condição não se resume apenas ao fígado, mas envolve uma avaliação completa da saúde.
Trabalhamos juntos no controle do peso, na melhoria da alimentação e na adoção de hábitos saudáveis para reduzir a inflamação hepática e melhorar o funcionamento do fígado.
Tratamento da MASLD: mudanças no estilo de vida e acompanhamento médico especializado
O tratamento da MASLD se baseia principalmente em mudanças no estilo de vida. A redução do peso corporal, mesmo que em pequenas porcentagens, já pode ter um impacto significativo na reversão da gordura no fígado.
Por isso, sempre oriento meus pacientes sobre a importância de uma alimentação equilibrada e da prática regular de atividade física.
Além disso, em alguns casos, é necessário o uso de medicamentos para controlar condições associadas, como diabetes e colesterol alto.
O acompanhamento regular é essencial para ajustar o tratamento conforme a evolução do quadro, garantindo que a doença não progride para estágios mais graves.
A importância do acompanhamento com um especialista em doenças hepáticas crônicas
Como hepatologista e gastroenterologista, minha missão é ajudar meus pacientes a cuidar da saúde do fígado e prevenir complicações associadas às doenças hepáticas crônicas.
A MASLD é uma condição passível de controle e podemos até revertê-la quando a diagnosticamos precocemente e tratamos da maneira correta.
Se você tem fatores de risco, como obesidade, diabetes, colesterol alto ou já recebeu um diagnóstico de gordura no fígado, é essencial buscar um acompanhamento especializado. Agende sua consulta comigo e saiba como proteger sua saúde hepática!